domingo, 13 de abril de 2008

Viver no Chiado com medo que a parede venha abaixo

Os moradores do número 11 do Beco dos Apóstolos, ao Chiado, em Lisboa, vivem há quase dois meses com "o credo na boca", temendo que as suas casas venham a ser engolidas por uma avalanche de entulho.
Uma odisseia que teve início a 24 de Fevereiro, quando a derrocada de parte do muro que separa o seu prédio do número 17 (onde apenas existe um terreno vazio) deixou um amontoado de lixo, terra e pedras precariamente seguro pela parede que separa o terreno da via pública.
O receio de novas derrocadas - o muro apresenta um buraco enorme na estrutura - e que a parede não aguente o peso do entulho, mobilizou os moradores do número 11, que pedem a intervenção da Câmara de Lisboa (CML), uma vez que temem que o edifício possa ser afectado.
"Sabemos que os proprietários do prédios a que pertence o muro (números 1 e 7 da Rua do Ataíde) já foram notificados pela Câmara para fazerem as obras, mas até que isso aconteça não seria possível que a autarquia, pelo menos, removesse aquele entulho e escorasse as paredes?", interroga Luís Barbosa, administrador do número 11.
"Quando isto aconteceu a Protecção Civil e os bombeiros vieram cá, delimitaram a zona e assim ficou. Na altura deram a entender que a parede poderia cair com o peso do entulho.", acrescenta. O JN tentou indagar junto da CML qual o ponto da situação relativamente ao pedido dos moradores, mas não obteve qualquer resposta em tempo útil.Desde o dia da derrocada Luís Barbosa não parou.
Contactou a Unidade de Projecto Bica-Bairro Alto, de quem, garante, não obteve qualquer satisfação. Enviou um e-mail para o Apoio ao Cidadão, e passados "10 minutos estavam a ligar". "Depois de explicar o que se passava pediram para mandar um e-mail para o gabinete do presidente da Câmara, para a Protecção Civil e para os bombeiros", recordou.
"Ao fim do terceiro dia a mandar mails, lá tive resposta telefónica. Aí fiquei a saber que a Câmara tinha notificado os proprietários para as obras".Por parte destes - o número 1 da Rua do Ataíde pertence à antiga Caixa de Previdência dos Funcionários dos Caminhos de Ferro de Benguela (CPFCFB) e o número 7 à empresa Léo Burnett - as obras são para fazer, como confirmaram ao JN.

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